Um dos assuntos mais íntimos e ainda mais evitados na sociedade francesa hoje é o uso de brinquedos sexuais. Enquanto noutros países este assunto é cada vez mais discutido abertamente, em França continua a ser geralmente uma fonte de embaraço. Porque é que esta relutância persiste num país onde a revolução sexual também deixou a sua marca?
A cultura do sigilo
Uma herança histórica
A atitude reservada dos franceses em relação à sexualidade pode ser atribuída a elementos culturais antigos. O catolicismo, predominante até a contemporaneidade, estabeleceu uma tradição de modéstia e discrição em questões de sexualidade. Este clima criou uma cultura onde temas íntimos são considerados privados e, portanto, não discutidos em público.
Um mito do romantismo
O clichê do francês romântico mantém o mistério e a discrição em torno da sexualidade, deixando espaço para a imaginação em vez da discussão franca. Esta visão idealizada do amor se opõe à ideia de sexualidade mecânica, associada certa ou erradamente aos brinquedos sexuais.
Falta de diálogo aberto
Falha na educação sexual
A educação sexual em França, que há muito é mal regulamentada, não inclui a discussão sobre brinquedos íntimos. Esta omissão nos intercâmbios entre pais e filhos e nos programas escolares reforça a natureza tabu dos brinquedos sexuais, que ainda são vistos como marginais ou vergonhosos.
Preguiça política
Apesar dos avanços recentes, a política nem sempre incentivou a discussão de temas sexuais, preferindo deixar esta esfera à liberdade individual. No entanto, esta neutralidade pode ter contribuído para a falta de normalização dos brinquedos sexuais e para a sua estigmatização.
Estereótipos para desconstruir
Do prazer individual à libertação sexual
Os brinquedos sexuais são frequentemente associados à satisfação solitária, o que pode ser desaprovado em uma sociedade que muitas vezes valoriza o compartilhamento. É fundamental mudar esta percepção para reconhecer que o uso de brinquedos sexuais pode ser um meio de libertação sexual, alegria e bem-estar para os indivíduos.
Uma noção ainda enraizada no sexismo
A associação de brinquedos sexuais com a satisfação feminina pode ser uma visão redutora e até sexista. É fundamental promover uma perceção inclusiva, reconhecendo que estas ferramentas se destinam a quem procura prazer.
A evolução das mentalidades
Novos canais de divulgação de informações
Com o advento da Internet e das redes sociais, cada vez mais vozes são ouvidas para normalizar o uso de brinquedos sexuais. Iniciativas e fóruns privados permitem que todos compartilhem suas experiências, ao mesmo tempo que democratizam o assunto.
Rumo a uma visão mais aberta e desinibida
Assistimos gradualmente a uma mudança de mentalidades, com uma aceitação crescente da diversidade sexual. Esta tendência de abertura encoraja-nos a considerar o tema dos brinquedos sexuais mais como uma escolha pessoal, uma forma adicional de explorar e conhecer o nosso próprio corpo.
A opinião de SexySexToy
Concluindo, a questão do lugar dos brinquedos sexuais na sociedade francesa é complexa e multifacetada. Entre legados históricos, educação, política e estereótipos a combater, o caminho para o pleno reconhecimento destas ferramentas na panóplia do prazer ainda é longo. Mas os sinais de evolução estão aí, e a discussão aberta é o primeiro passo para uma abordagem esclarecida e desinibida da sexualidade, incluindo o papel positivo dos brinquedos sexuais.
Última atualização em 19 Julho 2024
